Autoridades do condado de San Diego aplaudem a inauguração da estação de tratamento de águas residuais no México

SAN DIEGO – O México iniciou a tão esperada substituição de uma estação de tratamento de águas residuais em ruínas na Baixa Califórnia que, segundo as autoridades, reduzirá drasticamente a descarga de esgoto que poluiu as costas de San Diego e Tijuana.

A decadente e obsoleta estação de tratamento de San Antonio de los Buenos, em Punta Bandera, cerca de dez quilómetros a sul da fronteira, é uma das maiores fontes de poluição da água na região. Todos os dias, a instalação libera milhões de galões de esgoto, em sua maioria bruto, no oceano que atinge rotineiramente as praias mais ao sul do condado de San Diego.

Em uma cerimônia de inauguração na quinta-feira com a prefeita de Imperial Beach, Paloma Aguirre, e o embaixador dos EUA Ken Salazar, a governadora da Baja Califórnia, Marina del Pilar Ávila Olmeda, disse que o lançamento do projeto marcou um marco importante no fim da poluição transfronteiriça após tentativas fracassadas de administrações anteriores. Ela prometeu ter o projeto online este ano.

“A promessa é que no último dia de setembro esta estação de tratamento esteja em funcionamento”, disse Ávila Olmeda. “Chega de fechamentos de praias.”

Para Aguirre, o início do projeto da nova estação de tratamento do México parece que Imperial Beach e as comunidades vizinhas estão um passo mais perto do acesso à água potável.

“Acho que consertar Punta Bandera é uma das principais soluções que precisamos e é o que defendemos há tanto tempo”, disse ela. “É emocionante pensar que, uma vez eliminada esta fonte de poluição, poderemos reabrir as nossas praias durante o verão e nos meses de tempo seco.”

O México pagará pelo projeto de 33 milhões de dólares, que consistirá na drenagem de lagoas obsoletas que não conseguiram tratar eficazmente as águas residuais. Em vez disso, uma nova planta terá um sistema de valas de oxidação composto por três módulos independentes e um emissário oceânico de 656 pés. Terá capacidade de 18 milhões de litros por dia.

O projecto é um dos vários projectos de curto e longo prazo que o México e os EUA prometeram assumir ao abrigo de um acordo denominado Minuto 328.

Para os projetos de curto prazo, o México investirá US$ 144 milhões para pagar a nova estação de tratamento, além de consertar tubulações e bombas. E os EUA utilizarão os 300 milhões de dólares que os líderes do Congresso garantiram no final de 2019 para consertar e expandir a obsoleta Estação de Tratamento Internacional de South Bay, em San Ysidro, que serve como barreira para o esgoto de Tijuana.

Contudo, os fundos não gastos do lado dos EUA são insuficientes para completar a expansão devido ao adiamento da manutenção, que só piorou durante chuvas fortes. Serão necessários ainda mais financiamento para os projectos de longo prazo, que incluem a construção de uma estação de tratamento em San Diego que retiraria os caudais do sistema de desvio existente no rio Tijuana.

Autoridades eleitas que representam a região de San Diego têm implorado por financiamento adicional para concluir projetos nos EUA. No ano passado, o presidente Biden pediu ao Congresso que concedesse mais 310 milhões de dólares para resolver a crise do esgoto.

Isso ainda não aconteceu.

Horas antes da inauguração, o deputado Scott Peters tomou a palavra na Câmara dos Representantes exigindo que o financiamento fosse incluído em qualquer acordo de gastos futuro.

“Deveríamos ficar envergonhados pelo fato de o México estar agindo com mais urgência do que nós”, disse ele. “Quanto mais atrasarmos a resolução da poluição transfronteiriça, mais dispendiosa e difícil será a sua resolução no futuro.”

A secção norte-americana da Comissão Internacional de Fronteiras e Água, que opera a central de South Bay, está a solicitar propostas para a concepção e construção do projecto de reabilitação e expansão. Na terça-feira, autoridades informaram que mais de 30 empreiteiros de cerca de 19 empresas visitaram o local e manifestaram interesse em licitar. A construção está prevista para começar dentro de um ano após a assinatura do contrato.

Simultaneamente, o IBWC tem testado a pressão de um gasoduto recém-instalado que substituiu um que se rompeu em Tijuana em 2022, resultando no vazamento de esgoto através da fronteira através do rio Tijuana e no oceano. As equipes encontraram recentemente novos vazamentos na nova tubulação e os estão reparando, de acordo com o IBWC.

Embora tenham sido feitas melhorias nas infra-estruturas na década de 1990 e estejam em curso novos esforços em ambos os lados da fronteira, as instalações de águas residuais de Tijuana não acompanharam o crescimento da sua população. As comunidades mais pobres também permanecem sem ligação ao sistema de esgotos da cidade.